segunda-feira, 18 de maio de 2009

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"Sempre que se começa a ter amor a alguém, no ramerrão, o amor pega e cresce é porque, de certo jeito, a gente quer que isso seja, e vai, na idéia, querendo e ajudando, mas quando é destino dado, maior que o miúdo, a gente ama inteiriço fatal, carecendo de querer, e é um só facear com as surpresas. Amor desse, cresce primeiro; brota é depois."
Guimarães Rosa

Queria estar ao seu lado agora, poder te dizer que nada mudou nem vai mudar. Talvez não seja possível, nós mudamos. Nos desviamos de nós mesmos, arrumamos milhares de desculpas para cada sentimento contraditório, para cada vontade sublimada. Deixamos muitas coisas a serem ditas.

Por que será que chegamos a esse ponto? Ouvir de você que te decepcionei foi dolorido. Não tenho uma desculpa por ser tão diferente do que você esperava de mim. Você disse que esperava mais, mas não teria sido um personagem meu que foi criado na sua cabeça??

Tenho muitos medos, mas você também tem os seus. Se procurei em você respostas para as minhas dúvidas, você achou que encontraria em mim algumas soluções para as suas contradições. Se não pratico a liberdade que prego, você tampouco a vive. Somos feitos da mesma substância, o que me corrói, corrói a você da mesma maneira.

Mas algo importante de nós ainda existe, maior do que a decepção, bem maior do que a possível perda e a isso damos o nome de amor. É o que vai nos levar adiante, é esse sentimento que vai manter eternizado na minha memória seus olhos que me olhavam como um pedido, ainda que seja um amor sem senso de medida, que cresceu antes de brotar e que faz com que às vezes não saibamos o que fazer com ele.

Depois de todas as palavras ditas, que tal não resolvermos apenas viver o que sentimos? Sem cobranças, sem culpas, sem expectativas e especialmente sem medos...será que seríamos capazes?




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