sábado, 24 de abril de 2010

E por falar em saudade...

Nossa, quanto tempo não passo por aqui!!! Meu último post foi a respeito de mais uma tentativa de me empenhar na academia, e o resultado foi obviamente mais uma desistência, não passei da terceira semana. Vida de gente saudável não é para mim, gosto mesmo é de sentar num bar, tomar cerveja, comer batata frita e filosofar sobre o mundo. Agora que se aproximam as eleições, melhor ainda, assuntos não faltam:PT, PSOL, socialismo, reformismo, alianças, nada passa incólume, tudo é discutido e motivo para mais uma cerveja.

Na verdade este não é um post sobre eleições ou academia, resolvi escrever por aqui para tirar a poeira do espaço. E resolvi escrever por aqui acima de tudo porque sinto saudades. Saudades não só do tempo no qual o blog era um escape para minhas angústias, mas uma saudade generalizada.

Sinto saudade de passar o dia todo ouvindo Chico Buarque; saudade de pegar o guia de teatro, passar o fim de semana todo de teatro em teatro e depois ficar horas no bar discutindo a situação das artes cênicas em São Paulo; saudade sobretudo do tempo em que o Teatro Oficina era praticamente a minha segunda casa, onde eu conhecia quase todos.

Sinto saudade de andar pela Paulista de madrugada depois de sair de algum boteco na Augusta; saudades das loucuras impublicáveis no tempo da Faculdade de Direito (por mais que eu odiasse o curso e a maioria das pessoas de lá, foi na São Francisco onde encontrei as pessoas mais importantes na minha vida); saudade até dos congressos internos do Ruptura; saudade da Carla, dos tempos nos quais moramos juntas, sempre tão diferentes e ao mesmo tempo tão amigas; saudade da Bethânia que está em Portugal (dela eu tenho na verdade uma invejinha, fica lá tomando vinho e filosofando enquanto os pobres mortais aqui no Brasil continuam com suas vidinhas bem inhas).

Tenho saudades de tantas coisas que descrevê-las daria um texto chato e enfadonho, tal como se eu fosse descrever minha vida nos últimos tempos. Uma vida de quem vive a esperar, talvez por algo que não sei se existe, algo com a possibilidade de ser tão real como uma ilusão.

Então, algumas de minhas saudades descritas seriam apenas a desculpa para eu ter algo a dizer aqui...ou seriam a lembrança de que é possível tomar um novo caminho...não sei, que tal discutirmos isso numa mesa de bar???