sábado, 18 de abril de 2009

O lado B de cada um

Todo mundo tem um lado B, a diferença é que alguns preferem ocultá-lo e outros o mostram porque acreditam que rir de si mesmo é importante. Eu creio que me encaixo nesse segundo grupo, quem me conhece sabe desse meu jeito meio "culturete" à primeira vista, estudante de ciências sociais, estilo "meio intelectual meio de esquerda", que adora filmes de autor, teatro fora do circuito comercial e mais um monte de coisas senso comum do que se diz "cult". Mas é só à primeira vista, o que eu não faço nenhuma questão de esconder é que tenho fortemente aflorado o gosto por essas coisas ditas "lado B", tipo programas de televisão que não me fazem pensar, especialmente BBB (por falar em BBB, esse ano tinha o lado B do BBB, exatamente o lado para o qual eu torcia e de onde saiu o campeão...ok, só iniciados no programa vão entender isso), e que gosto muito também de assistir a comédias românticas no cinema.

E aproveitando que ontem tive o meu momento "é desconcertante rever o grande amor", resolvi sair de casa para um desses programas "lado B" e fui assistir a "Odeio dia dos namorados". Foi uma experiência e tanto, pois o último filme "circuito comercial" que eu havia assistido foi "Sex and City", que eu vi em um desses cinemas que passam filmes cults e odiei, porque além do filme ser péssimo (sim, meu lado socióloga falou mais alto e fiquei indignada com aquelas mulheres que só se afirmam enquanto tal e não como apêndice de um homem no consumo), sequer tinha aquela pipoca para me divertir durante o filme, pois comédia romântica tem que ser vista com um balde de pipoca, já que a possibilidade do filme ser ruim é grande e case ele realmente o seja, pelo menos a pipoca garante a diversão.

Mas vamos aos fatos de hoje: cheguei ao cinema, desses do circuitão, comprei meu ingresso e subi para ver o filme. Ao entregar o bilhete, fui direto na pipoca, grande e com muita manteiga, e logo segui para a sala garantir o meu lugar. E foi já dentro da sala que ocorreram cenas inusitadas como há muito não via no cinema e que me garantiram uma forte dose de diversão, como pessoas que riam e falavam alto, outras que falavam ao celular, pedidos de silêncio e o mais bizarro, um velhinho que dormia durante a sessão, dormia só não, ele roncava, o que logicamente arrancava mais risos das pessoas.

O resultado é que se com o filme em si eu nem me diverti tanto, pois achei meio conservador, apesar de ter algumas cenas dignas de "lado B", que são as que eu mais gosto, o que presenciei daquelas pessoas fez com que no conjunto tenha valido a pena sair de casa. Já fiz uma lista das próximas comédias românticas que irei assistir, com muita pipoca com manteiga, obviamente, e o mais importante, com olhos sempre atentos para captar o comportamento das pessoas, especialmente daquelas que fogem do esteriótipo (essa palavra não perdeu o acento, né???? acho que ela não é um ditongo aberto...ainda não decorei todas as regras do acordo ortográfico) do meu convívio diário, que é sempre o mais interessante.

E viva o lado B de todos nós, sem hipocrisias...

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