terça-feira, 1 de setembro de 2009

Uma descoberta desesperadora

Descobri que não sei escrever. Uma das minhas tantas verdades provisórias é querer escrever como a Clarice Lispector. Óbvio que não conseguirei, ela é apenas o meu referencial distante, mas o problema é que ao escrever meu projeto de mestrado constatei algo mais óbvio ainda: minha dificuldade em articular os períodos é imensa, abuso do "que" para ligá-los e não tenho sequer o domínio do jargão acadêmico .

É algo pavoroso, a primeira versão do projeto estava de assustar até mesmo quem não é tão ligado às regras gramaticais e semânticas da língua portuguesa. Eu já sabia e tinha até me acostumado com a ideia de não dominar a linguagem literária, sei que não tinha futuro como Clarice Lispector, mas pelo menos me restava a linguagem científica.

Essa esperança de ter sucesso na escrita científica vinha da minha última aula de temas de sociologia, pois o professor, ao citar um autor que escreveu sobre o surgimento da disciplina, dizia ser a sociologia uma disciplina nascida da disputa entre as ciências naturais e a literatura, e de acordo com o momento histórico pendia mais para um lado ou para outro. Pois, bem, os últimos dias me mostraram que eu não consigo escrever nem de uma maneira, nem de outra, ou seja, na escrita científica também estou fadada a não ter muito sucesso.

Estou arrasada, será que me restará apenas a burocracia do direito????

Um comentário:

  1. Nãaaao, imagina.
    Olha, antes da minha iniciação científica, eu achava que super dominava a linguagem acadêmica. Quando terminei a IC, vi que sabia escrever 10% daquele jeito. O resto tinha que levar uns tapas da orientadora.
    Agora, de novo. Não sei por onde começar o projeto de mestrado. E só sei que toda vez que me pedem algum comentário, artigo, resenha, não importa: tudo sai com cara de artigo de arte/educação/formação da Revista NOVA. Profundo, né? Quem sabe eu termino o mestrado achando que domino 20%? Ai...
    Força aí...
    Beijos!

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