sexta-feira, 17 de julho de 2009

Apenas o fim

Finalmente fui assistir a Apenas o Fim, que tanto tinha ouvido falar, e como a maioria das pessoas que também o assistiram, surpreendi-me. O filme foi todo rodado na PUC - Rio, com baixissímo orçamento e o diretor é um aluno do terceiro ano do curso de cinema que tem apenas 20 anos.

Para quem é ligado em cinema com certeza já ficou sabendo das repercussões sobre o filme de estreia de Matheus Souza, que virou o queridinho de cineastas como Bruno Barreto e Domingos de Oliveira. Inclusive, Matheus foi convidado por Oliveira para dirigir a nova versão da peça Confissões de Adolescente.

Quanto ao filme, é impossível não compará-lo com Antes do Amanhecer e Antes do Pôr-do-Sol. São oitenta minutos de diálogos entre um casal que está prestes a se separar. E para aqueles que estão na faixa dos vinte e poucos anos, dificilmente não se identificarão com alguma das falas dos personagens, pois Apenas o Fim é recheado de referências a cultura pop. São referências que vão de tartarungas ninjas a Godard, passando por Cavaleiros do Zodíaco, Britney Spears chegando até a citar Bergman.

Isso sem contar que há aquele componente universal, que são os relacionamentos. Nesse ponto, o filme atinge uma sensibilidade incrível. Através daquela última hora do relacionamento, já que dali a pouco tempo um dos personagens vai partir, o casal consegue repassar suas vidas, seu relacionamento, suas histórias das mais cotidianas possíveis, de uma maneira a torná-las em algo que emociona.

Ao final, saí do cinema com a sensação de que o fim é apenas um recomeço e de que morrer de amor deve ser a melhor morte que há, pois sempre perceberemos no dia seguinte que sobrevivemos. É isso, estamos sempre recomeçando e o fim não é o ponto final de tudo.

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